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terça-feira, 30 de março de 2010

Romance da ceifa:
Fonte do salgueirinho

Minha mãe mandou-me à fonte,
Á fonte de salgueirinho,
Mandou-me lavar a jarra,
Com a flor do rosmaninho.
Eu lavei-a com areia,
E parti-lhe um bocadinho,
- Anda cá perra traidora,
Onde tinhas o sentido?
Não o tinhas tu na roca,
Nem tão pouco no sarilho,
Tinha-lho tu no mancebo,
Que de amores anda contigo.
- Ó minha mãe não me bata,
Com vara de marmeleiro,
Que eu estou muito doentinha,
Mande chamar o barbeiro,
O barbeiro já lá vem,
Com uma lanceta na mão,
Para picar a menina,
Na veia do coração.
- Mal o hajas tu barbeiro,
E mais a tua picada.
Foste picar a menina,
Na veia mais delicada.

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