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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Capítulo 19: 
Dom Pedro o Justiceiro

O Rei Afonso Quarto,
Era o pai de Dom Pedro,
Ambos foram reis cruéis,
De Deus não tiveram medo.

O Rei Afonso Quarto,
Homem de poucos afectos,
Um dia mandou matar,
Inês, a mãe dos seus netos.

O Rei Afonso Quarto,
Não foi um rei cortês,
Um dia mandou matar,
A linda amada Inês.

O rei Dom Pedro Primeiro,
Filho de Afonso Quarto,
Foi um Rei justiceiro,
Cruel, muito ingrato.

Aos carrascos de Inês,
Não concedeu perdão,
Os dois mandou matar,
Arrancando-lhe o coração.

Dom Pedro o justiceiro,
Não perdoava a asneira,
Um dia mandou capar,
Seu escudeiro Madeira.

Aplicou a justiça,
Fê-lo com muita dureza,
Não respeitava as idades,
Entre o povo e a nobreza.

Era um jovem alegre,
Gostava muito de bailar,
Não faltava a nenhuma festa,
Que houvesse no seu lugar.

Dom Pedro o justiceiro,
De santo não tinha nada.
Com muita brutalidade,
A justiça aplicava.

Teve mulher e amantes,
Não foi um rei muito feliz,
Num tempo de mau clima,
Soube governar o país.

O cronista Fernão Lopes,
Nos seus escritos diz.
Que Dom Pedro foi Avô,
Da dinastia de Avis.

Era um Rei popular,
O povo dele gostava,
Aplicava a justiça,
A quem o não respeitava.

Aplicou a justiça,
Ele não perdoou nada,
Brutamente assassinou,
Quem matou a sua amada.

Coimbra tem uma fonte,
É a fonte dos amores,
Aonde D. Inês de Castro,
Mergulhou as suas dores.

Junto da fonte chorou,
Lágrimas de sofrimento,
Pensando no seu amado,
E no infeliz juramento.

Dom Pedro um dia mandou,
Celebrar seu casamento,
Obrigando a nobreza,
A presta-lhe juramento.

A nobreza foi obrigada,
A beijar a caveira dela,
Por casa da humilhação,
Dessa bondosa donzela.

Dom Pedro não esqueceu,
Sua querida amada,
Um dia com ela casou,
Mesmo estanho ela sepultada.

Dom Pedro foi um carrasco,
Por isso ficou justiceiro,
Sucedeu-lhe Dom Fernando,
Por ser legítimo herdeiro.
Ferreira Augusto

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Capítulo 18: 
Consequências da fome, peste e das guerras do século catorze

Foram várias as consequências,
Que o Continente sentiu,
Houve fome, peste e guerras,
A economia regrediu.

Os Peruzzi e os Bardi,
Senhores fortes banqueiros,
Faliram desesperados,
Não circulava dinheiro.

Os banqueiros italianos,
Casas de enorme riqueza,
De um momento para o outro,
Mergulharam na pobreza.

Os Peruzzi e os Bardi,
Faliram desesperados,
O comércio estagnou,
Desapareceram os mercados.

Em algumas regiões,
O campo não foi lavrado,
Alguns senhores optaram,
Pela criação de gado.

A região de Castela,
Terra de grandes pastores,
Criaram gado merino,
Enriquecendo os senhores.

A teoria de Malthus,
Acerca da população,
Tem sido analisada,
E tem a sua razão.

Para a população,
No mundo ser equilibrada,
Tem de haver pestes e guerras,
Com muita gente esmagada.

Tem de haver grandes catástrofes,
Com muitos mortos no chão,
Só assim se pode equilibrar,
As pessoas com a produção.

Havia falta de trigo,
Os produtos encareciam,
Muita gente tinha fome,
Os campos não produziam.

Havia rebeliões,
Camponeses bem armados,
Lutavam contra os senhores,
Pondo em perigo os Estados.

Houve muitos conflitos,
E muitas rebeliões,
Nas cidades os famintos,
Engrossavam multidões,

O campo se abandonou,
O gado fica sem pastor,
Quer no campo, quer na cidade,
A morte espalhou a dor.

O campo se abandonou,
O gado ficou sem dono,
Mais parecia o fim do Mundo,
Nesta Europa sem outono.

Como morria muita gente,
Mão-de-obra faltava,
As oficinas fechavam,
A vida paralisava.

Peste negra, peste negra,
Que assim foste escura,
Quantas almas sem pecado,
Levaste para a sepultura.

Um terço da população,
A peste negra ceifou,
Com tanta gente perdida
O reino se despovoou.

O século catorze marcou
A escrita dos cronistas,
A peste negra foi musa,
De poetas e artistas.

Escreveram os cronistas,
Coisas que fazem tremer,
Pois o século catorze,
É um século a esquecer.

Escreveram os cronistas,
Episódios de arrepiar,
Houve fome, peste e guerras,
Muitos campos por lavrar.

Escreveram os cronistas,
Num papel amarelado,
Que no século catorze,
O povo foi bem castigado.

Foi um quadro vivido,
Na época medieval.
Só terá sido ultrapassado,
Pela guerra Mundial,

Quando chegava o verão,
Também chegava o calor.
Não havia solução,
Para evitar tanta dor.

A Europa desolada,
Com cadáveres por todo o lado,
O comércio desapareceu,
E o campo abandonado.

Muitas regiões perderam,
Parte de população,
Quantos partiram para o além,
Sem levarem confissão.

O apocalipse andava,
Presente no dia-a-dia,
Isto é castigo de Deus,
Era o que o povo dizia.

Uns culpavam os ratos,
Outros culpavam os judeus,
Outros diziam que a peste,
Era castigo de Deus.

A pestilência causava,
Um sentimento profundo.
Profetizavam os profetas,
Que seria o fim do Mundo.

Nesta época medieval,
Houve muito sofrimento,
Para aliviar tanta dor,
Só com o Renascimento,

Durante o século treze,
Era impensável prever,
Que o século catorze,
A morte iria trazer.

Durante o século catorze,
Alteraram-se as paisagens,
Durante o século quinze,
Foi um século de viagens.

Também morreu muita gente,
No Reino de Portugal,
O campo se abandonou,
Houve êxodo rural.

Morreu muita gente com a fome,
Outra com a epidemia,
Faziam-se procissões,
À Virgem Santa Maria.

Houve êxodo rural,
Os campos se abandonaram,
Para trabalhar a terra,
Leis os Reis publicaram.

O Rei Afonso quarto,
Leis do Trabalho publicou,
Mandou cortar muito mato,
Muita terra semeou.
Ferreira Augusto

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Capítulo 17: 
Horrores do século catorze

Durante o século treze,
Houve grande prosperidade.
Chegou o século catorze,
Século de calamidades.

Que grande calamidade,
Sobre a Europa se abateu,
Quer no campo, quer na cidade,
Óh quanta gente morreu!

Durante o século catorze,
Houve grande regressão,
As sementes apodreciam,
Não havia produção.

Não havia produção,
Eram grandes as calamidades.
Não crescia a população,
Era grande a mortandade.

A terra não produzia,
Por causa da humidade,
Houve fome, peste e guerras,
Baixou a natalidade.

Os invernos prolongados,
E os verões muito quentes,
Não deixavam germinar,
Na terra as sementes.

A peste chegou por mar,
Aos portos Italianos,
Afectou várias terras,
Ao longo de poucos anos.

Quando os barcos aportavam,
Trazendo ratos nos porões,
As pessoas desesperadas,
Iam para outras regiões.


De aldeia, em aldeia,
Andavam os mercadores,
Transportando nas alforjas,
Pulgas e roedores.

Era a peste bobónica,
Doença desconhecida,
Quer a novos, quer a velhos,
A morte ceifava a vida.

A peste também chegou,
Um dia a Portugal,
Ela veio da Crimeia,
Quando chegou foi fatal.

A peste quando chegou,
Infectou o Sul e o Norte,
Em cada canto pairava,
Um silêncio de morte.

Por um silêncio de morte,
A Europa foi barrida,
Houve fome, peste e guerras,
A esperança foi perdida.

A peste negra alastrou,
Como uma tempestade,
Provocando o horror,
Quer no campo, quer na cidade.


A peste negra alastrou,
Como uma tempestade,
Levava velhos e novos,
Não respeitava a idade.

A peste não respeitava,
A fortuna do nobre,
Sempre que ela chegava,
Sofria o rico e o pobre.

Os cadáveres amontoavam-se,
Pelas ruas fatalmente,
Marcados por manchas escuras,
Que assombravam o vidente.

Nos cemitérios entravam,
Muitos cães esfomeados,
Devorando cadáveres,
Que estavam mal sepultados.

Muitas mezinhas caseiras,
Nesta época se inventaram,
Mas as febres eram altas,
Os doentes não curavam!

Passadas algumas horas,
O doente agudizava,
O cheiro nauseabundo,
A região infectava.

Estes bichos roedores,
A doença espalhavam,
Havia poucos doutores,
A epidemia não travavam.

Sentiam-se febres altas,
Nos corpos manchas escuras,
Havia doentes em casa,
Muitos mortos pelas ruas.

Pessoas desesperadas,
Com muita fé e devoção;
Pediam ajuda a São Roque,
São Pedro e São João.

O Papa Clemente Sexto,
Que em França residia,
Rodeou-se de fogueiras,
Assim da morte escaparia.

O bom Bispo de Milão,
Impediu o sofrimento,
Isolando os infectados,
Com altos entaipamentos.

As pulgas infectavam,
Toda a espécie de animais;
Ovelhas, porcos e cabras,
Galinhas, pombos e pardais.

Por toda a parte havia,
Escassez de cereais,
Devido aos anos ruins,
E aos maus temporais.

Os barcos ficavam,
De quarentena nos cais,
Para ver se acabavam,
Com tão feios amimais.

Ficavam de quarentena,
Para matar a bicharada,
Ao cabo de quinze dias,
No barco não havia nada.

Durante o século catorze,
Houve a guerra dos cem anos,
Destruiu muitas cidades,
Matou muitos seres humanos.

Houve a guerra dos cem anos,
Mais longa da história,
Depois de tanta batalha,
Foi uma guerra sem glória.

Com esta guerra tão longa,
O povo muito sofreu,
Foi um século de horrores,
Que o Continente viveu.

Nestas guerras prolongadas,
Ninguém ganhou, digo eu,
Aquele que disser que ganhou,
Foi aquele que mais perdeu.

Ferreira Augusto

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Capítulo 16: 
Dom Dinis e suas obras

O rei Afonso Terceiro,
Esteve em França a estudar.
A Cultura Provençal,
Era-lhe familiar.

O Rei Afonso Terceiro,
Mandou vir para o País,
Escritores e poetas,
Que influenciaram Dom Dinis.

Dom Dinis o Rei poeta,
Filho do Rei bolonhês,
Decretou que os documentos,
Fossem escritos em Português.

Herdou o trono ainda novo,
Este Rei tão popular.
Para bem de todo o povo,
Começou a governar.

Em mil duzentos e noventa,
A universidade criou,
Quer em Lisboa, ou Coimbra,
A universidade se instalou.

Criou a universidade,
Desenvolveu a cultura.
Dom Dinis era técnico,
Em coisas da agricultura.

Chamaram-lhe o “lavrador”,
Por terras mandar lavrar,
O pinhal de Leiria,
Um dia mandou plantar.

Com Dom Dinis o Comércio,
Começou a florir,
Os pinhos davam madeira,
Para barcos construir.

Desenvolveu o comércio,
Protegeu os pescadores.
Dom Dinis também criou,
A “Bolsa de Mercadores”.

Dom Dinis criou leis,
Leis das amortizações,
Muitas terras ele doou,
Pelas pobres populações.

Muitas terras e courelas,
Que estavam abandonadas,
Distribuiu por moradores,
Das aldeias isoladas.

Criou muitas feiras francas,
De norte a sul do país,
Nenhum português esquece,
As obras de Dom Dinis.

Delimitou as fronteiras,
Do solo que hoje é Portugal.
Dom Dinis foi um bom monarca,
Não tivemos outro igual.

O Rei Afonso décimo,
Em Castela residia,
Ao seu neto Dom Dinis,
O Algarve doaria.

O Rei Afonso décimo,
Era avô de Dom Dinis,
Foi sábio e poeta,
Viveu um tempo feliz.

O Rei Afonso Décimo,
Homem, culto, homem cristão,
Desenvolveu a cultura,
Desde Castela a Aragão.

Escreveu cantigas de amigo,
Escárnio e mal dizer,
Escreveu tudo em Castelhano,
Para nada se perder.

Afonso décimo, “o Sábio”,
Escreveu muita poesia,
Comprovam-no as cantigas,
Cantigas de Santa Maria.

O Rei Dom Dinis casou,
Com Isabel de Aragão,
Ela foi Santa e Rainha,
Não houve outra na nação.

A Rainha Santa Isabel,
Uma senhora Bondosa,
Um dia fez o milagre,
Transformou o pão em rosas.

Jaime Primeiro, seu avô,
Monarca de um rico brasão,
Chamava à sua neta,
A Rosa de Aragão.

Era a mais linda rosa,
Da casa Aragonesa,
Nunca houve em Portugal,
Mulher com tanta nobreza.

A Corte Aragonesa,
Uma corte grandiosa.
Isabel sempre mostrou,
Seus dotes de piedosa.

Isabel sempre mostrou,
Seus dotes de caridade,
Veio para Portugal,
Com doze anos de idade.

Veio para Portugal,
Com doze anos de idade,
Pela corte aragonesa,
Sempre sentiu saudades.

Distribuiu, pelos pobres,
Sacadas de alimentos,
A leprosos e doentes,
Fazia seus tratamentos.

Dominava o português,
Geometria e arquitectura,
Estudou música e latim,
Desenvolveu a cultura.

Apaziguou conflitos,
Com cortesia e brilho,
Conflitos familiares,
Entre marido e filho.

A Rainha Santa Isabel,
Também foi embaixatriz,
Resolveu alguns conflitos,
Na Europa e no País.

Santa Clara, Santa Clara,
Teu próprio nome encanta,
Dentro de ti se venera,
Isabel Rainha Santa.

Dom Dinis, o Rei poeta,
Não foi um marido, fiel,
Muitas vezes ele traiu,
A sua esposa Isabel.

Dom Dinis o Rei poeta,
Dava a sua escapadela,
Teve alguns filhos bastardos,
Nesta ou naquela donzela.

Diz o saber popular,
Que o poeta Dom Dinis,
Foi um Rei inteligente,
Ele “fez tudo quanto quis”.

Dom Dinis o Rei poeta,
Tinha o dote de escrever,
Escreveu cantigas de amigo,
Escárnio e mal dizer.

Dom Dinis o Rei poeta,
Foi jogral e trovador,
Escreveu muita poesia,
Muitas cantigas de amor.

Dom Dinis o ecologista,
Protegia a natureza,
Quando via ramos cortados,
Sentia enorme tristeza.

Quem cortasse mais ramos,
Que aqueles que ele mandava,
Pagava pesada coima,
O Rei não perdoava!

Quantos portugueses davam,
Hoje, ter um ministro assim,
Os campos seriam lavrados,
A terra seria um jardim.

Quantos portugueses davam,
Ter um ministro lavrador,
A floresta, não ardia,
Quando chegasse o calor.

As matas estavam limpas,
A floresta ordenada,
Não havia subsídios,
Nem tanta mata queimada.

Dom Dinis o lavrador,
Viveu um longo reinado,
Foi um Rei muito feliz,
Pela sorte bafejado.

Nos alvores de catorze,
Morreu o Rei Dom Dinis.
Ficou Afonso Quarto,
A governar o País.

Ferreira Augusto

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Capítulo 15: 
Progressos Técnicos Económicos e Sociais do Século Treze

Durante o século treze,
O Continente Europeu,
Teve um enorme progresso,
A economia cresceu.

Durante o século treze,
Houve muita prosperidade,
Dinamizou-se o comércio,
De cidade para cidade.

Dinamizou-se o comércio,
E as rotas comerciais,
Por onde passavam homens,
Produtos e amimais.

Nas feiras se trocavam,
Produto por produto,
Os almocreves levavam,
Nas suas bestas o lucro.

Já se encontrava a moeda,
Que era cunhada em metais,
Nas feiras se trocavam,
Produtos artesanais.

As feiras de Portugal,
Não eram como as de França,
As feiras da Champanhe,
Eram de enorme bojança.

Durante o século treze,
Cresceram muita as cidades,
Desapareceram as guerras,
E também as tempestades.

Durante o século treze,
Foi um século de bonança,
Desenvolveu-se o comércio,
Desde a Flandres à França.

Génova e Florença,
Não pararam de crescer,
Também Veneza e Roma,
Souberam enriquecer.

As feiras medievais,
Tiveram grande esplendor,
Aí se podia achar,
O cambista e o mercador.

Cresceram muito as cidades,
E as vias de comunicação,
Floresceram os mercados,
Por toda a região.

Cresceram muito as cidades,
Portuguesas e estrangeiras,
Desenvolveu-se o comércio,
Incrementaram-se as feiras.

Para este crescimento,
Três coisas são apontadas,
Fim das fomes e bom clima,
E a paz das Santas cruzadas.

A “Paz de Deus” pretendia,
O fim das hostilidades,
A Trégua parava a guerra,
Em certas festividades.

Incrementou-se no campo,
O afolhamento trienal,
Houve maior produção,
De bens no meio rural.

O arado de madeira,
Era pouco resistente,
Inventaram a charrua,
O lavrador ficou contente.

Tinha uma roda à frente,
A charrua inventada,
Puxada pelo cavalo,
Era mais fácil a lavra.

Com a charrua de ferro,
O rego era mais fundo,
Foi mais uma revolução,
Conhecida neste Mundo.

O boi era muito lento,
Desta forma o camponês,
Lavrava com o cavalo,
Devido à sua rapidez.

Fertilizavam a terra,
Com estrume de animais,
Como a família crescia,
Eram precisos os cereais.

Durante o século treze,
Houve um enorme progresso,
Chegou o século catorze,
Houve um grande retrocesso.

Foi um século de bonança,
De paz, flores e riqueza.
Chegou o século catorze,
Trouxe a fome e a pobreza.

Não houve guerras nem pestes,
Cresceu a população,
Qualquer cronista descreve,
Essa grande evolução.

Não houve guerras, nem pestes,
Foi um século de acalmia.
Houve paz e progresso,
Após ano, dia a dia.

Para este crescimento,
Apontam-se dois motivos,
As condições climáticas,
E bons anos produtivos.

Neste século se desenvolveu,
A industria artesanal,
Tecelagem e cerâmica,
E a construção naval.

Houve paz e tréguas,
Entre senhores e reis,
Houve acalmia nas guerras,
Alguém respeitou as leis.

Durante o século treze,
Houve grande evolução,
Chegou o século catorze,
Houve grande regressão.

Durante o século treze,
Criou-se a universidade,
Construíram-se castelos,
Ficou mais culta a sociedade.

Desenvolveu-se a cultura,
Na Europa Ocidental,
Nenhum Português esquece,
Este período Medieval.

Durante o século treze,
Houve grande evolução.
Chegou o século catorze,
Século de reflexão.

Durante o século treze,
O comércio floriu,
Chegou o século catorze,
O comércio regrediu.

Ferreira Augusto

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Capítulo 14: 
Recursos Naturais

Nesse tempo Portugal,
Tinha recursos naturais,
Tinha muitas florestas,
De carvalhos e pinhais.

Tinha alguns matagais,
Que era preciso cortar,
Muitos campos, muitas terras,
Para lavrar e cultivar.

Semeavam cereais,
Conforme a região,
Centeio, trigo e aveia,
Do qual se fazia o pão.

Havia fruta da boa,
Quer no campo, quer na cidade,
Também o vinho e o azeite,
Eram de boa qualidade.

Havia terras bravias,
Muitos montes, muitos prados,
Que ao longo de todo o ano,
Alimentavam os gados.

Havia ovelhas e cabras,
Porcos, bois e cavalos,
Galinhas, pombos e patos,
E animais de regalo.

Da lã faziam vestuário,
Dos couros o calçado.
O cavalo e o boi,
Eram animais de trabalho.

Tinha uma vida agreste,
Na alta serra o pastor,
Mas ainda era mais difícil,
A vida do lavrador.

A terra mal adubada,
E os maus temporais,
Por vezes restava em nada,
As colheitas de cereais.

Quando os Verões eram quentes,
E as colheitas reduzidas,
Havia anos de fome,
Chegavam as epidemias.

Quando os Invernos e os Verões,
Eram muito prolongados,
Reduziam as colheitas,
E as pastagens para os gados.

Dom Dinis o lavrador,
Mandou semear pinhal,
Lavrar terras e baldios,
E secar pântanos no litoral.

Nesse tempo Portugal,
Tinha recursos naturais,
Vou agora falar,
Dos marinhos e fluviais.

Exploram-se mares e rios,
Como reza tradição,
Pescava-se muito peixe,
Para alimento da população.

Os homens da beira-mar,
Levavam uma vida dura,
Na pesca do pescado,
E na salicultura.

Os homens da beira-mar,
Gostavam da mareagem,
Faziam junto da costa,
A pesca de cabotagem.

Havia muita sardinha,
Muito atum e pescada,
Quer no norte, quer no sul,
A pescada era salgada.

Um peixe era seco ao sol,
Outro peixe era salgado,
Eram as técnicas que havia,
Para o peixe ser conservado.

Os pescadores pescavam,
Com redes e muitas linhas,
Não faltava nas suas barcas,
Anzóis, e armadilhas.

Também levavam canastrinhas,
Para o peixe guardar,
Por vezes já vinha limpo,
Para alguém o comprar.

Havia alguns artesãos,
Dum talento esmerado,
Trabalhavam as peças,
De vestuário e calçado.

Artigos do dia-a-dia,
Os artesãos trabalhavam,
Faziam trocas diretas,
Artigo por artigo trocavam.

Os artigos manuais,
Eram feitos com precisão,
As ferramentas eram simples,
Conforme a profissão.

Usavam matéria-prima,
Que fornecia a natureza,
Cortiça, lã, linho,
Os couros e cera.

Apareceram as profissões,
Oleiros e tanoeiros,
Fiandeiras e costureiras,
Marceneiros e sapateiros.

Apareceram as feiras,
Nesse tempo em Portugal,
Onde os artesãos,
Vendiam o produto manual.

O Rei Afonso Terceiro,
E seu filho Dom Dinis,
Criaram as feiras-francas,
O lavrador ficou feliz.

Lavradores e artesãos,
Ficaram muito contentes,
Pois nas feiras vendiam,
Todo o tipo de excedentes.

Faziam-se exportações,
De sal, cortiça e pele,
Azeite, vinho e cera,
Pescado seco e mel.

Faziam-se importações,
Adornos e cereais;
Tecidos e especiarias,
Armaduras e metais.

Dom Dinis o lavrador,
Mandou plantar pinhal,
Para retirar madeira,
Para a construção naval.

Dom Dinis e Dom Fernando,
Foram dois mercadores:
Dom Dinis mandou criar,
A Bolsa de Mercadores.


Ferreira Augusto