A sala
Nesta sala reina e vence,
Uma tristeza encoberta,
A sala às vezes, está cheia,
E eu vejo a sala deserta.
Entre a tristeza discreta,
De cor muito esbranquiçada,
Procura atingir a meta,
Sem haver pista nem estrada.
Sempre se atinge a meta,
Seja curta ou comprida,
A colheita está sempre certa,
Quando a missão for cumprida.
Ninguém a vê, ninguém diz nada,
Mas eu que estou muito atento,
Não tem cor, sorriso nem alegria,
Faça sol, chuva ou vento.
Passa o cálculo a meu lado,
De frente passam cifrões,
Eu no meu espaço calado,
Escrevo lindas canções.
Lá fora a ganapada,
Solta gritos de alegria,
Todos ouvem, ninguém fala,
São gestos de rebeldia.
Há horas de nostalgia,
Momentos, sem riso, nem cor,
É assim o dia-a-dia,
Na sala do professor.