Capítulo 14:
Recursos Naturais
Nesse tempo Portugal,
Tinha recursos naturais,
Tinha muitas florestas,
De carvalhos e pinhais.
Tinha alguns matagais,
Que era preciso cortar,
Muitos campos, muitas terras,
Para lavrar e cultivar.
Semeavam cereais,
Conforme a região,
Centeio, trigo e aveia,
Do qual se fazia o pão.
Havia fruta da boa,
Quer no campo, quer na cidade,
Também o vinho e o azeite,
Eram de boa qualidade.
Havia terras bravias,
Muitos montes, muitos prados,
Que ao longo de todo o ano,
Alimentavam os gados.
Havia ovelhas e cabras,
Porcos, bois e cavalos,
Galinhas, pombos e patos,
E animais de regalo.
Da lã faziam vestuário,
Dos couros o calçado.
O cavalo e o boi,
Eram animais de trabalho.
Tinha uma vida agreste,
Na alta serra o pastor,
Mas ainda era mais difícil,
A vida do lavrador.
A terra mal adubada,
E os maus temporais,
Por vezes restava em nada,
As colheitas de cereais.
Quando os Verões eram quentes,
E as colheitas reduzidas,
Havia anos de fome,
Chegavam as epidemias.
Quando os Invernos e os Verões,
Eram muito prolongados,
Reduziam as colheitas,
E as pastagens para os gados.
Dom Dinis o lavrador,
Mandou semear pinhal,
Lavrar terras e baldios,
E secar pântanos no litoral.
Nesse tempo Portugal,
Tinha recursos naturais,
Vou agora falar,
Dos marinhos e fluviais.
Exploram-se mares e rios,
Como reza tradição,
Pescava-se muito peixe,
Para alimento da população.
Os homens da beira-mar,
Levavam uma vida dura,
Na pesca do pescado,
E na salicultura.
Os homens da beira-mar,
Gostavam da mareagem,
Faziam junto da costa,
A pesca de cabotagem.
Havia muita sardinha,
Muito atum e pescada,
Quer no norte, quer no sul,
A pescada era salgada.
Um peixe era seco ao sol,
Outro peixe era salgado,
Eram as técnicas que havia,
Para o peixe ser conservado.
Os pescadores pescavam,
Com redes e muitas linhas,
Não faltava nas suas barcas,
Anzóis, e armadilhas.
Também levavam canastrinhas,
Para o peixe guardar,
Por vezes já vinha limpo,
Para alguém o comprar.
Havia alguns artesãos,
Dum talento esmerado,
Trabalhavam as peças,
De vestuário e calçado.
Artigos do dia-a-dia,
Os artesãos trabalhavam,
Faziam trocas diretas,
Artigo por artigo trocavam.
Os artigos manuais,
Eram feitos com precisão,
As ferramentas eram simples,
Conforme a profissão.
Usavam matéria-prima,
Que fornecia a natureza,
Cortiça, lã, linho,
Os couros e cera.
Apareceram as profissões,
Oleiros e tanoeiros,
Fiandeiras e costureiras,
Marceneiros e sapateiros.
Apareceram as feiras,
Nesse tempo em Portugal,
Onde os artesãos,
Vendiam o produto manual.
O Rei Afonso Terceiro,
E seu filho Dom Dinis,
Criaram as feiras-francas,
O lavrador ficou feliz.
Lavradores e artesãos,
Ficaram muito contentes,
Pois nas feiras vendiam,
Todo o tipo de excedentes.
Faziam-se exportações,
De sal, cortiça e pele,
Azeite, vinho e cera,
Pescado seco e mel.
Faziam-se importações,
Adornos e cereais;
Tecidos e especiarias,
Armaduras e metais.
Dom Dinis o lavrador,
Mandou plantar pinhal,
Para retirar madeira,
Para a construção naval.
Dom Dinis e Dom Fernando,
Foram dois mercadores:
Dom Dinis mandou criar,
A Bolsa de Mercadores.
Ferreira Augusto
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