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quinta-feira, 2 de março de 2017

Capítulo 1:
História e Geografia de Portugal
Introdução

Vou por o preto no branco,
Antes que perca a memória,
Ó quantas vezes se perde,
Sem alcançar a glória.

Antes que perca a memória,
Ou sofra de outro mal,
Em versos vou escrever,
A História de Portugal.

A cantar se aprende História,
Aprende-se História a cantar,
Toda a história que é cantada,
É mais fácil de estudar.

A cantar se aprende História,
Do passado e do presente,
Toda a história que é cantada,
Vibra na alma da gente.

Fui estudante, hoje sou professor,
De História e Geografia,
Nunca encontrei manuais,
Escritos em poesia.

Nunca encontrei manuais,
Com a matéria assim,
Escrita em poesia,
Desde o início ao fim.

Pela Ibéria passaram,
Ao longo de muitos anos,
Zoelas  e Celtiberos,
Fenícios e Lusitanos.

Também passaram Romanos,
Gregos e Cartagineses.
Uns eram comerciantes,
Outros eram montanheses.

Em cabeços e outeiros,
Ergueram seus povoados,
Eram pastores e guerreiros,
Por muros estavam cercados.

Conservavam alimentos,
Durante o ano inteiro,
Comiam pão de bolota,
De carvalho e sobreiro.

A bolota era moída,
Em moinhos manuais,
Da farinha faziam o pão
Estes povos Ancestrais.

Estes povos eram pagãos,
Muitos deuses adoravam,
Viviam da agricultura,
Dos frutos que apanhavam.

Nos altos montes viviam,
Os astutos Lusitanos,
Com muita astúcia e coragem,
Lutaram contra os Romanos.

Os astutos Lusitanos,
Por Viriato treinados,
Viviam nos altos montes,
Com pedras estavam armados.

Chegaram um dia os Romanos,
Poderosos bem armados,
Derrotaram os Lusitanos,
Porque foram enganados.

Os Romanos conquistaram,
Muitos povos pela guerra,
Todos os bens que pilhavam,
Levavam para a sua terra.

Conquistaram vasto império,
Roma era a capital,
Roma, cresceu, cresceu,
Com o comércio Ocidental.

Ao redor do Mediterrânio,
Seu império construíram,
Todos os bens que pilhavam,
Para Roma confluíam.

O mar Mediterrânio,
Foi pertença dos Romanos,
 Exploraram suas águas,
Ao longo de muitos anos.

Os Romanos construíram,
Estradas, pontes gigantes,
Que faziam a ligação,
Das cidades mais importantes.

Por essas estradas chegavam,
A Roma mais facilmente,
Produtos das regiões,
Dum comércio florescente.

Soldados e mercadores,
A Península romanizaram,
O Direito e o Latim,
Na Ibéria eles deixaram.

Em volta do Mediterrâneo,
Construíram seu Império,
Para Roma eles levavam,
Cereais, muito minério.

Abriram largas calçadas,
Construíram longos caminhos,
Por onde passava prata,
Azeite, trigo e vinho.

Soldados e comerciantes,
Muitas terras romanizaram,
Pelo seu vasto Império,
Sua cultura legaram.

Construíram largas calçadas,
Nas terras que conquistaram,
As cidades mais importantes,
Estas calçadas cruzavam.

Soldados e mercadores
Fixaram-se nesta região,
Foram agentes importantes,
Para a romanização.

Também deixaram em Chaves,
As termas Flavienses,
Muita gente admira,
As suas águas ferventes.

Ainda hoje estão activas,
Nenhum Trasmontano as esquece.
A muita gente dão saúde,
Estas termas do nordeste.

Deixaram bonitas termas,
De água quente e fria,
Eram espaços de cultura,
De negócios e de magia.

Também deixaram muitos palácios,
Belas peças de museu,
Deixaram pontes robustas,
E em Roma o coliseu.

No coliseu de Roma,
Lutavam gladiadores,
Lutavam contra as feras,
Não saindo vencedores.

Assistiam aos combates,
Madonas e Senadores,
Que sorriam e gargalhavam,
Troçando dos gladiadores.

Muitos escravos e cristãos,
Eram ai castigados,
Lutavam contra as feras,
Saindo sempre devorados.

Octávio César Augusto,
Foi o primeiro imperador,
Na Península ele deixou,
Sua cultura, seu valor.

No tempo de Augusto,
Nasceu Jesus em Belém,
Aos apóstolos, ensinou,
O amor, verdade e o bem.

Deixaram cá o Latim,
Dele deriva o português,
O espanhol e o romeno,
O italiano e o francês.

Deixaram muitas palavras,
De origem latina,
Olissipus e Bracara,
Portucale  e Conímbriga.

Desenvolveram o comércio,
Por todas as regiões,
Protegidas e defendidas,
Pelas suas legiões.

Todos os caminhos iam,
Nesse tempo a Roma dar,
Cruzando muitas regiões,
Quer por terra, quer por mar.

Os romanos extraíram,
Das minas muitos metais,
Desenvolveram a agricultura,
De vinho, azeite e cereais.

Desenvolveram a indústria,
Tecelagem e olaria,
Salgaram carne e peixe,
Alimento do dia-a-dia.

Habitaram a Península,
Durante sete séculos e tal,
Sua herança deixaram,
Em Espanha e em Portugal.

Os romanos no início,
Eram um povo pagão,
Depois da morte de Cristo,
Tornou-se um povo Cristão.

Durante o século quinto,
Deu-se um desastre fatal,
Pois os romanos perderam,
O Império Ocidental.

Durante o século quinto,
Houve muitas invasões,
Desde a ibéria à Gália,
Por todas as regiões.

Os bárbaros invadiram,
O império dos romanos,
Conquistaram suas terras,
Provocaram muitos danos.

Povos da Europa Central,
De bárbaros apelidados,
Destronaram os romanos,
Que estavam desorganizados.

Os bárbaros eram pastores,
Nos altos montes viviam,
Tinham costumes diferentes,
O latim não conheciam.

Também eram agricultores,
Nas terras trabalhavam,
A cultura dos romanos,
Muitas vezes assimilaram.

O império foi invadido,
Por Burgúndios e Visigodos,
Pelos Francos e Suevos,
Anglo-saxões e Ostrogodos.

Outrora o Mediterrâneo,
Foi pertença dos romanos.
No presente é cemitério,
De milhares de Africanos.

Durante o Século oitavo,
Houve novas invasões,
Estas vinham de Escandinávia,
Vinham com más intenções.

Normandos e vikings,
Os húngaros  e magiares,
Atacaram povoações,
Quer pôr terra, Quer pôr mar.

Incendiavam capelas,
Igrejas e conventos,
Nos seus barcos levavam,
Para sua terra proventos.

Seus barcos eram velozes,
Fáceis de manobrar.
Atacavam as cidades,
De surpresa e sem contar.

Houve ruralização,
O comércio se destruiu,
A população assustada,
Para o campo fugiu.

Deixavam suas cidades,
Com medo dos invasores,
Fugiam para o campo,
Para junto dos senhores.

Chegaram os muçulmanos
Bem armados e aguerridos,
Os cristãos com medo deles,
Procuraram seus esconderijos.

Na Ibéria os muçulmanos,
Procuraram sua sorte,
Encurralaram os Cristãos,
Nos altos montes do Norte,

Entre mouros e cristão,
Houve ataques e defesas,
Houve avanços e recuos,
Batalhas bastantes acesas.

Á Península ibérica,
Os muçulmanos chegaram,
Chegaram do norte de África,
Grande espaço conquistaram,

Os cristãos estavam,
Desarmados e desprevenidos,
Nas montanhas das Astúrias,
Fizeram seus esconderijos.

Fugiram para as montanhas,
Por alcançarem longa vista,
A partir do século oitavo,
Começou a reconquista.

Plágio, desceu dos montes,
Na sua espada pegou,
Na batalha de Covadonga,
Os infiéis derrotou.

Na batalha de Covadonga,
Os infiéis derrotou,
A partir desse momento,
A reconquista começou.

Ferreira Augusto

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