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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


SECAM RIOS E RIBEIRAS....

Secam rios e ribeiras,
Secam regatos e fontes.
Tudo se está secando,
Em terras de Trás-os-Montes.

Tudo de mal acontece,
Ao lavrador transmontano.
A sua alma entristece
Ao longo de todo o ano.

O inverno queima o prado,
Vem o verão, o prado queima,
O lavrador destroçado,
Chora suspiros na eira.

A geada, queima, queima,
Queima, tudo ao lavrador.
Até a pobre ribeira,
Fica chorando de dor.

Há seis meses sem chover,
Já mais parece um deserto.
Como poderá viver,
Este povo tão honesto.

O gado sai para o campo,
Nada encontra para comer.
O lavrador chora tanto,
Sem saber o que fazer.

A natureza está triste,
O lavrador muito mais,
O lavrador não resiste,
Ao ver morrer animais.

De mãos erguidas para o céu,
O lavrador vai rezando,
Enquanto nos campos seus,
A erva se vai secando.

Esta gente está cansada,
Portanto tempo esperar,
Pela chuva que tardava,
Em vir os campos regar.

S. Pedro sempre aceitou,
As preces do lavrador,
Muita chuvinha mandou,
Para alivio de tanta dor.

Neste tempo de oração,
S.Pedro um milagre fez,
Mandou chuva então
E alegrou o camponês.

S.Pedro ouviu o grito,
Deste povo irritado.
Ao vê-lo tão aflito,
O acto foi consumado.

Regou campos, regou serras,
Desta vasta região.
Livrou os homens desta terra,
De uma grande aflição.

Até mesmo os passarinhos,
Cantavam ao ver chover,
Cantavam junto dos ninhos,
Como querendo agradecer.

Caí chuva do céu cinzento,
Sobre a terra lentamente.
Regou prados, regou hortas,
Deixou o povo contente.

Ouvir os pássaros cantar,
É lindo na Primavera.
O sol aos campos dá vida,
Se o campo água tivera.

Caiu chuva gota a gota,
Acabou com tal secura,
A erva que estava morta,
Desabrochou com doçura.

Caiu chuva, caiu neve,
Por vento forte puxava,
Embora seja pouca,
É muito menos que nada.

S.Pedro fez um milagre,
Este povo não o esquece,
Com muita muita saudade,
Uma oração lhe oferece.


Ferreira Augusto

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