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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


A RIBEIRA

Ribeira cheia de magoa,
Tristonha e muito só,
Toda seca já sem água!
Que pena até mete dó!

Rainha da natureza,
Quando chega a Primavera.
Hoje rainha da tristeza,
O tempo assim o quisera.

A ribeira entristecida,
A sua mágoa nos conta!
A água já não dá vida,
À erva que seca em ponta.

A ribeira lamentando
Grito forte do ribeiro,
Que vê a erva secando,
Na presilha do lameiro.

Inverno, és um traidor,
Para mim, não vales nada!
Tem pena do lavrador,
Não lhe queimes a seara.

Inverno se tu és santo,
Tu já não tens coração!
Queimas as hortas ao campo,
O povo fica sem pão!

Ferreira Augusto

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