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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A CAÇADA

O caso que eu vou contar
Vai ficar na lembrança.
Aconteceu em Vinhais
No Distrito de Bragança.

No dia vinte de Outubro
Dia de muita desgraça.
Morreram envenenados
Mais de Trinta cães de caça.

Os cães caíram ao chão
Nos espessos matagais.
Sofreram grande paixão
Os caçadores de Vinhais.

No Concelho de Vinhais,
Houve imensa caçada.
Mais de trinta cães morreram
Com carne envenenada.

Pelos montes de Vinhais
Há muita caça escondida.
Pelos espessos Matagais
Os cães perderam a vida.

Devia ser condenado
O indivíduo que isto fez.
Não parece ser transmontano,
Muito menos português.

Ninguém, ninguém vai louvar
Esta terrível acção.
A pessoa que fez isto
Merece estar na prisão.

Os pobres dos caçadores.
Ficaram entristecidos.
Porque ficaram sem os cães
Seus fiéis amigos.

Oh que tão feia acção,
oh que grande malvadez
Não deve ter coração
A pessoa que isto fez.

Pelos montes de vinhais,
Nasce o ódio, e não flores,
Muitos suspiros e ais
Choraram os caçadores.

As Lágrimas que choraram,
Eram lágrimas de amor.
Quando a casa chegaram
Mostraram imensa dor.

Choram tristes os caçadores,
Louca tristeza os invade.
Envenenaram os cães
Porque razão, ninguém sabe.

Com alegria saíram
Quando a manhã chegou.
Tristonhos em casa entraram
Quando a tarde terminou.

Alguns cães eram do gado
Outros eram perdigueiros,
Outros eram de regalo,
Outros eram coelheiros.

Os pobres dos caçadores,
Hoje não podem caçar.
Porque não têm cãezinhos
Para os acompanhar.

Ferreira Augusto

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