Quando os fogos vieram,
Mataram a natureza,
Os campos enegreceram,
Mas que sombria tristeza!
Portugal está de luto,
O pinhal do rei ardeu,
No centro chora-se muito,
Pelo povo que morreu.
O vento soprou, soprou,
Pelo mato descontrolado,
Pela serra se espalhou,
Matando povo e gado.
Dizem que foi negligencia,
Ou acto de malvadez,
Deve pesar na consciência
Ao criminoso que isto fez.
Se os campos fossem lavrados,
Como eram antigamente,
Estavam salvos os povoados,
As plantas, o gado e a gente.
Carvalhos, freixos e pinhos,
Eucaliptos e sobreiros,
Ficaram enegrecidos,
Riquezas dos madeireiros.
O dezassete chegou,
Trouxe um calor infernal,
Grande tristeza causou,
Ao povo de Portugal.
Das cinzas renasce a vida,
Por essas regiões,
Mas ninguém apaga a ferida,
Das pobres populações.
Ferreira Augusto
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