Capítulo 38:
Causas da Revolução Liberal de Mil Oitocentos e Vinte
Nos alvores de oitocentos,
Por uma crise passou,
O reino de Portugal.
Em Portugal governava,
O Príncipe Dom João,
Que não acatou as ordens,
Do poderoso Napoleão.
Napoleão decretou,
Um bloqueio Continental,
Dom João não aderiu,
As coisas correram mal.
A França quis se vingar,
Portugal logo invadiu,
Dom João com sua corte,
Para o Brasil fugiu.
João foi para o Brasil,
Abandonou a Nação.
Foi-se embora com sua corte,
Por ser um monarca “Cagão”.
No peito dos portugueses,
“Estalou a guerra civil”,
Por causa de Dom João,
Ter fugido para o Brasil.
Abandonou o País,
Foi para o Rio de Janeiro,
Deixando em Portugal,
Um saqueador estrangeiro.
Deixou o Conde de Abrantes,
A governar Portugal,
Mas os ingleses, espertos,
Iam enchendo o mornal.
Soult General francês,
Roubava sem dó nem pena,
Os outros dois generais,
Foram Junot e Massena.
Com os exércitos franceses,
Vinha um soldado maneta.
Era duro e cruel,
Para a gente branca e preta.
Louis Passion era,
Fiel a Napoleão,
Era o homem mais temível,
E só tinha uma mão.
Foi expulso de Portugal,
E quando chegou ao seu país,
Querem ver o que aconteceu,
Ao carrasco do Louis.
Sua casa foi assaltada,
Por gente branca e preta,
Desta vez também ele foi,
Embora para o maneta.
Os Ingleses vieram,
Ajudar os Portugueses,
Em mil oitocentos e onze,
Foram expulsos os franceses.
Os franceses saquearam,
Igrejas, muitos conventos,
Para frança eles levaram,
Riqueza, muitos proventos.
A burguesia portuguesa,
Estava muito descontente,
Pois os portos brasileiros,
Foram abertos para toda a gente.
Em mil oitocentos e dez,
Deu-se outro golpe fatal,
Pois Dom João assinou,
O tratado comercial.
Os tecidos ingleses,
Panos de rara beleza,
Prejudicaram a economia,
E a indústria portuguesa.
Os portugueses estavam
Tristes com os ingleses,
Que ocuparam os cargos,
Que eram dos portugueses.
Havia agitação,
Descontentes mais de mil,
Pois Portugal, passou,
A ser uma colónia do Brasil.
Os portugueses andavam,
Tristonhos e humilhados,
Pois os cargos importantes,
Por outros eram ocupados.
Sofreu forte declínio,
O comércio português,
Que continuava a reboque,
Do comércio inglês.
Frei de Andrade corajoso,
Tinha sangue português,
Organizou a revolta,
Contra o general inglês.
Beresford governava,
Com grande autoritarismo,
Com muita astúcia e força,
Combatia o liberalismo.
Dia dezoito de Outubro,
No campo de Santana,
Morreram executados,
Onze liberais de fama.
Ficou o Campo dos Mártires,
Por Santana hoje conhecido,
Por causa dos ingleses,
Estes homens terão morrido.
Os liberais valentes,
A revolta organizaram,
Mas os ingleses poderosos,
Essa revolta esmagaram.
Frei de Andrade foi morto,
O caso ficou mais sério,
Logo se formou no Porto,
A associação do Sinédrio.
O Sinédrio era secreto,
Aí reuniam os Liberais,
Para expulsar os ingleses,
E absolutismo nunca mais.
Em mil oitocentos e vinte,
Eclodiu a revolução,
Os ingleses foram embora,
Ficou liberta a Nação.
A Vinte e quatro de agosto,
Eclodiu a revolução,
Ela começou no Porto,
Estendeu-se por toda a Nação.
Passado algum tempo
Dom João é regressado,
Para assinar um documento,
Que estava a ser preparado.
Em vinte e dois assinou,
A Primeira Constituição,
Mas Dom Miguel absolutista,
Não aceitava não.
Esta Constituição;
Defende a liberdade,
Igualdade para todos,
E também a felicidade.
Dom João sexto chegou,
Infeliz e descontente,
Seu filho Pedro ficou,
No Brasil como regente.
As cortes Constituintes,
Do regime Liberal,
Escreveram a Dom Pedro,
Para vir a Portugal.
Nas margens de Ipiranga,
Dom Pedro se passeava,
Com elementos da corte,
Que sempre o apoiava.
Nas margens de Ipiranga,
Uma carta recebeu,
Dom Pedro se irritou,
Com o que na carta leu.
A carta que recebeu,
Não era uma carta de amor,
Dom Pedro se irritou,
Tornou-se Imperador.
Dom Pedro ficou zangado,
Bem alto implorou:
“Independência ou morte,
Para Portugal, eu não vou”.
Ferreira Augusto
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