Tráfico Negreiro
Portugal teve um Império,
A partir de mil e quinhentos,
Tudo isto foi
possível,
Graças aos descobrimentos.
O comércio oriental,
Em decadência entrou.
Neste contexto Portugal,
Para o Brasil se encaminhou.
No Brasil explorou-se,
No início muita madeira.
Mais tarde cultivou-se,
A cana-açucareira.
Muitas aves exóticas,
No Brasil encontraram,
As varandas dos nobres,
Essas aves decoravam.
Construíram-se engenhos,
O senhor era fazendeiro,
Através da mão-escrava,
Ganharam muito dinheiro.
No início os fazendeiros,
Os indígenas escravizaram,
Estes eram muito frágeis,
Doentes se encontravam.
Os indígenas eram frágeis,
Não cumpriam as obrigações,
Abandonavam o trabalho,
Fugiam para os sertões.
Os fazendeiros castigavam,
Esses homens de pele castanha,
Procuraram outros homens,
Mão-de-obra Africana.
Os escravos eram transportados,
Em péssimas condições,
Por vezes acorrentados,
Nos mais escuros porões.
Quando chegavam ao Brasil,
Doentes e enfraquecidos,
Como animais selvagens,
Nas praias eram vendidos.
Para os engenhos eram levados,
Para trabalhar noite e dia,
Quando eram separados,
Era enorme a gritaria.
Também fugiam do trabalho,
E quando eram apanhados,
Pelo senhor seu dono,
Eram muito castigados.
O Engenho nesse tempo,
Por duas partes formado,
Casa Grande do senhor,
A Senzala do escravo.
O Padre António Vieira,
Homem culto e letrado,
Lutou contra a escravatura,
Protegeu muito escravo.
O Padre António Vieira,
Conhecedor da escritura,
Protegeu muitos escravos,
Lutou contra a escravatura.
O Padre António Vieira,
Foi orador e escritor,
Da língua Portuguesa,
Foi um grande defensor.
O Padre António Vieira,
Escreveu muitos sermões,
Que dirigia aos peixes,
Que aos homens davam lições.
O Padre António Vieira,
Viveu junto da nobreza,
Foi um grande defensor,
Da língua portuguesa.
O Padre António Vieira,
Escreveu muitos sermões,
Quer em Lisboa ou Brasil,
Atraíam multidões.
No Brasil não é esquecido,
O padre António Vieira,
Protegeu muitos indígenas,
Da exploração mineira.
O Padre António Vieira,
Foi fiel missionário,
Librou muito indígena,
Do castigo do calvário.
Os indígenas apresentavam,
Um comportamento estranho,
Fugiam para o deserto,
Dos castigos do tirano.
O Comércio de escravos,
Rendeu bastante dinheiro.
Na história ficou conhecido,
Como tráfico negreiro.
Quando os escravos fugiam,
Do trabalho para os sertões,
Iam à procura deles,
Soldados e expedições.
Iam à procura deles,
Expedições de bandeirantes,
Pelos caminhos acharam,
Muito ouro e diamantes.
Os bandeirantes acharam,
Diamantes muito ouro,
Nos sertões de Minas Gerais,
Essa riqueza, esse tesouro.
Os bandeirantes sofreram,
Muitos perigos nos desertos,
Ataques dos indígenas,
E picadas dos insectos.
Muito ouro, muito ouro,
No Brasil se encontrou.
Muita, muita gente do Reino,
Para o Brasil emigrou.
Portugal, ficou sem gente,
E com os campos por lavrar,
Com oficinas dormentes,
E frutos por apanhar.
Em Angola e Guiné,
Havia homens com fartura,
Levados para o Brasil,
Para terem uma vida dura.
Os senhores dos engenhos,
Sem escrúpulos nem fé,
Escravizavam, sem temor,
Homens de Angola e Guiné.
A rota triangular,
Unia três Continentes;
Europa, África e América,
Houve trocas excelentes.
A Europa fornecia,
Bagaço, quinquilharias,
Em troca recebia,
Melhores mercadorias,
Os barcos da Europa,
Pela África passavam,
Muitos escravos africanos,
Para o Brasil, carregavam.
Os escravos no Brasil,
Foram muito mal tratados,
Ó quantos deles morreram,
Com a fome e acorrentados.
Da América traziam,
Açúcar, ouro e feijão;
Tabaco e chocolate,
Prata, batata e algodão.
Quando ao Rei comunicaram,
Que havia ouro naquele lugar,
O Rei ficou tão contente,
Que não queria acreditar.
Começou então a chegar,
A Portugal muita riqueza,
Muita prata e muito ouro,
Entrou nos cofres da nobreza.
Partiram muitos colonos,
Para o solo brasileiro,
Povoando o Brasil,
E ganhando algum dinheiro.
Do ouro explorado,
Para o Rei a quintalada,
A sua corte de luxo,
Por outras era invejada.
O Rei ficou tão contente,
Começou a saltitar,
Para controlar tanto ouro,
Que medidas vou tomar?
Vou fundar o ouro em barras,
Cunhar nele meus brasões,
Assim, já não é roubado,
Por piratas e ladrões.
Ferreira Augusto
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