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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Capítulo 20: 
As Causas Sociais da Crise de 1383-85

Dom Fernando o formoso,
Com Leonor Teles casou,
Por ver o país em crise,
Fortes medidas tomou.

Formulou fortes medidas,
Que ele próprio fez respeitar.
Ociosos e malandros,
Obrigou a trabalhar.

Quem tivesse muitas terras,
Conforme a tradição,
Tinha de lavrar a terra,
Não teria outra profissão.

Quem tivesse duas juntas,
Ou terras para lavrar,
Não teria outra função,
Se não da terra tratar.

Dom Fernando governou,
Alguns anos muitos dias,
Dom Fernando formulou,
As leis, das Sesmarias.

Obrigou a trabalhar,
A terra a quem a tinha,
Mandou trabalhar malandros,
Óh quantos no Reino havia!

Quem tivesse muitas terras,
Tinha de ser lavrador,
Quem tivesse muito gado,
Tinha de ser pastor.

O Rei Fernando casou,
Com a Dona Leonor,
Dona Beatriz nasceu,
Fruto desse grande amor.

Fruto desse grande amor,
Nasceu Dona Beatriz,
Casou com um rei estrangeiro,
Não vivia no país.

Leonor era Espanhola,
Mas foi Rainha portuguesa,
Toda a vida contestada,
Pelas hostes da nobreza.

João de Castela queria,
O nosso trono Real,
Ensaiou as suas tropas,
E invadiu Portugal!

A nobreza Portuguesa,
Sempre se mostrou queixosa,
Quando morreu Dom Fernando,
Pôs na rua a Lei Voza.

Dom Fernando o formoso,
Adorava a Leonor,
Mas o povo português,
Não lhe dava qualquer valor.

No tempo de Dom Fernando,
Portugal, sentia fome,
Sem deixar um filho varão,
Dom Fernando também morre.

Fernão Lopes Cronista,
Não houve outro em Portugal,
Descreveu factos verídicos,
Da história medieval.

Lisboa esteve cercada,
Pelas tropas de Castela,
Fernão Lopes descreveu,
O começo e fim da guerra.

Fernão Lopes cronista,
O cerco descreveu,
A fome e o sofrimento,
Que aquele povo viveu.

Lisboa esteve cercada,
Pelas tropas castelhanas,
Fernão Lopes descreveu,
Fracas e heróicas façanhas.

Fernão Lopes bom cronista,
Não escreveu nada à toa.
Escreveu com pormenores,
Todo o cerco de Lisboa.

Quando morreu Dom Fernando,
Não tinha um filho varão,
Beatriz queria o trono,
Instalou-se a confusão.

Dom João e seus homens,
Invadiram Portugal,
Quer no norte, quer no sul,
As coisas correram mal.

Dom João foi derrotado,
Ele e os seus cavaleiros,
Nas batalhas de Trancoso,
Valverde, e Atoleiros.

Lisboa se revoltou,
Contra o inimigo estrangeiro,
Foram ao paço da Rainha,
E mataram o Conde Andeiro.

O povo acudiu ao paço,
Aos gritos de Álvaro Pais,
Expulsaram Leonor,
Em Portugal nunca mais!

João de Castela queria,
O trono de Portugal,
Mas no termo de Aljubarrota,
O desastre foi fatal.

O desastre foi fatal,
Graças a uma padeira,
E às tropas bem armadas,
De Nuno Álvares Pereira.

Nuno Álvares Pereira,
Um comandante notável,
Derrotou os Castelhanos,
Ficou o Contestável.

O Doutor João das Regras,
Homem, culto bom juiz,
Aclamou rei de Portugal,
Dom João o Mestre de Avis.

Assim ficou Dom João,
A governar o país,
Foi aclamado Rei,
Ficou o Mestre de Avis.

João o Mestre de Avis,
Um Rei de boa memória,
Assim, salvou Portugal,
De ir para a coroa Espanhola.

Portugal estava em crise,
Mas que crise social,
Para sair dessa crise,
Precisava de metal.
Ferreira Augusto

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