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terça-feira, 30 de novembro de 2010

O ancião e o burro

Numa pequena aldeia vivia um casal de anciãos que se dedicava à criação de gado e à agricultura, eram tão humildes e sinceros, que na aldeia não havia outro casal assim.
Um certo dia o homem que fazia parte do dito casal encontrou-se com outro ancião lá da aldeia e começaram a conversar sobre o ambiente familiar e sobre as suas mulheres.
- Eu quase todos os dias tenho de ralhar com a minha mulher disse o ancião.
- Eu já há vinte anos que estou casado com a minha mulher e durante estes anos nunca tivemos uma discussão, damo-nos tão bem e somos muito amigos. Mas esta noite vou arranjar um motivo para ralhar com ela – Disse o homem do casal perfeito.
Foi para casa e ao meter o burro no estábulo, tentou meter o burro ao contrário gritando: - Burro entra no estábulo, maldito do burro, não quer entrar, está teimoso o raio do burro.
A mulher ao ouvir aquilo, foi ver o que se passava.
- Então marido o que se passa?
- O raio do burro não quer entrar no estábulo. Respondeu o marido.
- Casca-lhe marido, casca-lhe, nem que agora entre de cu, já bastantes vezes entrou a direito!!! - Disse a mulher.
Nem mesmo assim o casal se conseguiu chatear.
Frei João sem cuidado

Um certo dia o rei encontrou o Frei João sem cuidados e para o meter em aflição disse-lhe: - Frei João daqui a dois dias tens de ir à minha presença, mas não podes ir nem a pé, nem a cavalo, nem calçado, nem descalço, nem vestido, nem despido.
O Frei João ficou muito intrigado!! E Pensou – Como é que eu me vou safar desta!!!!
Passou um dia e enquanto caminhava, tristonho encontrou um amigo que lhe perguntou: - Então frei João que se passa, andas com um ar tão triste?
- É que o rei quer que amanhã vá à sua presença, mas não posso ir nem a pé, nem a cavalo, nem calçado, nem descalço, nem vestido, nem despido.
- Vou-te dar uma ideia Frei João, na minha quinta tenho lá uns carneiros e eu vou-te emprestar um para ires à presença do rei só tens que ir com um pé pelo chão e outro no ar e deste modo nem vais a pé, nem a cavalo, por outro lado Frei João vais apenas calçar uma bota, o outro pé irá descalço e da cinta para cima vais despido!!! - disse-lhe o amigo.
Assim foi no dia seguinte o Frei João foi à presença do rei.
E foi então que o rei deu-lhe os parabéns: - Frei João muito bem, nunca pensei que tivesses uma inteligência assim, chegas-te para mim!!!
Quadra Popular:

Castanheira dá castanhas,
Azedas que até dá a tosse,
Terá de ser enxertada,
Para dar castanha doce.
Quadra Popular:

Arraiais e procissões,
Touradas, fado e bola,
São algumas diversões,
De um povo que pede esmola.
Quadra Popular:

Alargai-vos raparigas,
Que o terreiro é estreito,
Quero dar duas voltinhas,
Quero-as dar a meu jeito.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quadra Popular:

Daqui a Bragança é longe,
São mais de quinhentas léguas,
Fui lá ver o meu amor,
Nem me pareceu uma légua.
Quadra Popular:

Salgueiro de ao pé do rio,
Cortado à mão canhota,
O tomar amores é fácil,
O deixa-los é que custa.
Quadra Popular:

Quem quer bem sempre se encontra,
Eu não falo dessa arte,
Eu não gosto da tristeza,
E encontro-a em toda a parte.
Quadra Popular:

Pouco me importa da vida,
Muito menos meu viver,
Só me importa do amor,
Porque ele é o meu bem querer.
Quadra Popular:

Amei-te com desespero,
Nunca mais ninguém te quis,
Agora que eu não te quero,
Vejo a figura que fiz.
Quadra Popular:

O amor é uma coisa,
Que não tem definição,
Trago escrito na lousa,
Na tampa do coração.
Quadra Popular:

Trago no meu peito um altar,
Que há muito construi,
Para o meu coração rezar,
Constantemente por ti.
Quadra Popular:

Estou rouquinho, estou rouquinho,
Não foi de beber vinagre,
Foi de falar ao amor,
Novinho sem ter idade.
Quadra Popular:

Por baixo de água está lodo,
Por baixo do lodo areia,
Todas as mulheres são firmes,
Só a minha me falseia
.
Quadra Popular:

Com um A se escreve amor,
Com um I se escreve idade,
Com um B se escreve o nome,
Que é a tua especialidade.
Quadra Popular:

O amar-te foi um sonho,
Beijar-te foi realidade,
Foi enquanto eu não tive,
Amor da minha vontade.
Quadra Popular:

Anda ai um pardaleco,
Por mim a arrastar a asa,
Ele já nem sequer tem força,
Para a que tem lá em casa.
Quadra Popular:

Caçarelhos já foi Vila,
Miranda nobre Cidade.
Vimioso ladroeira,
Como todo o mundo sabe.
Quadra Popular:

Abençoados pedreiros,
Que fizeram aquela janela,
Vou deixar de amar a Deus,
Para amar a quem está nela.
Quadra Popular:

Óh Rosa abre-me a porta,
Se não entro pelas telhas,
O menino já esta feito,
Só lhe faltam as orelhas.
Quadra Popular:

Óh Rosa abre-me a porta,
Se não entro pela janela,
Quero ver a tua cama,
Se cabemos os dois nela.
Quadra Popular:

No cimo daquele outeiro,
Vou construir meu castelo,
Para tu me contemplares,
Como eu te contemple-lo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O lavrador e o nabo

Numa pequena aldeia vivia um lavrador que tinha sempre muito orgulho nos nabos que cultivava, pois na aldeia nunca nenhum dos outros lavradores conseguiam ter nabos tão grandes como os dele.
Deste modo os restantes lavradores andavam com a pulga atrás da orelha para descobrir o que o lavrador fazia para ter aqueles nabos.
No ano seguinte o lavrador encontrou-se doente, acabando por ficar cego!
Um dos outros lavradores um dia passou pelo naval do lavrador cego e arrancou um dos seus nabos , de seguida foi a casa do lavrador cego e disse-lhe: - Óh António, olha se queres ver, não é só no teu naval que há nabos grandes eu também os tenho bons olha se queres ver, passando-lhe o nabo para as mãos para que o lavrador cego pudesse sentir.
O cego apalpou, apalpou e respondeu: - Ou este nabo é meu, ou sete arados levou a terra que os deu.
Foi então que os outros lavradores descobriram qual a razão de o lavrador ter nabos bons.
O lagarto, a cobra e o pastor

Era uma vez um pastor, que estava a guardar o seu rebanho na altura do Verão. Chegando a hora do meio-dia levou o rebanho para a sestear à sombra de uma arvoredo.
Ao meio da tarde o pastor adormeceu e uma cobra vendo o pastor a dormir com a boca aberta, pensou em entrar para dentro da boca do pastor!!! Entretanto um lagarto e este ao ver aquilo, pensou em salvar o pastor, dando-lhe sapatada com o rabo ao pastor, para acordar e assim foi.
Quando acordou foi tal o espanto do pastor ao ver uma cobra mesmo ao seu lado que decidiu matá-la com o cajado que tinha junto de si.
O lagarto ao ver o pastor a matar a cobra saltava radiante e feliz!!!
A festa o diabo e os garotos

Numa aldeia onde era costume realizar-se uma festa na altura do Verão, num certo ano o diabo pensou ir também a essa festa.
Pelo caminho encontrou já um grupo de pessoas que já vinham da festa e o diabo perguntou-lhes: - Então já vêm embora da festa?
- Está fraca, só há lá garotos, responderam as pessoas.
Dito isto o diabo ficou na duvida se iria à festa ou não, de qualquer modo decidiu ir, mas para não ser visto pelos garotos, meteu-se num buraco de uma parede e lá ficou algum tempo a observar a festa.
Entretanto os garotos pensaram qual deles conseguiria meter uma pedra primeiro no buraco que a parede tinha e onde estava o diabo escondido.
As pedras começaram a chover para o muro, o diabo aflito disse: - Nem aqui me deixam estar sossegado, raios partam os garotos!!! E foi-se embora.
Frei João sem cuidados

Num pequena cidade vivia o Frei João sem cuidados.

Um dia o rei encontrou-o e disse-lhe: - Frei João tens de adivinhar três coisas: quanto pesa a lua? Quantos peixes há no mar e o que eu penso!!! Se não mando-te matar. Tendo lhe dado um prazo e uma hora.
Posto isto o rei foi-se embora deixando o Frei João pensativo!!
Passaram-se alguns dias e o Frei João continuava a pensar nas perguntas que o rei lhe tinha feito!!!! Foi então que encontrou o moleiro.
Ao ver o Frei João tristinho e diferente o moleiro perguntou ao Freio João: - Que se passa consigo Frei João???
- Ando a pensar numas perguntas que o rei me fez e se não tiver resposta para elas daqui a uns dias manda-me matar!!!! – Disse o Frei João.
- Então que perguntas foram essas Frei João? – Perguntou o moleiro.
- Tenho de saber quanto pesa a lua, quantos peixes há no mar e o que o rei pensa!!!! – Disse o Frei João.
- Não se preocupe com isso, pois eu próprio irei ter com o rei no dia e hora combinada e responderei às três questões, só tem de me emprestar o seu fato, para o rei não me reconhecer!!!
E assim foi, no dia e hora combinada lá foi o moleiro ter com o rei, fazendo-o pensar que era o Frei João.
- Então Frei João já trazes as respostas para o que te perguntei – Perguntou o rei
- Sim, vamos lá ver!!! (disse o Frei João que era o moleiro).
Diz-me lá então quanto pesa a lua? - Perguntou o rei
- A lua pesa quatro quartos (respondeu o Frei João que era o moleiro).
- Muito bem, muito bem , disse-lhe o rei!
E então agora quantos peixes tem o mar? Perguntou o rei.
- Isso eu não consigo, porque o senhor rei também ainda não fechou os rios que desaguam no mar!!!
- Muito bem, muito bem , disse-lhe o rei!
Então agora diz-me lá o que eu penso!!! Perguntou o rei.
- Pensa que está a falar com o Frei João sem cuidados e está a falar é com o senhor moleiro!!!!!

Um pouquinho da vida do Luciano....

quinta-feira, 4 de novembro de 2010